quarta-feira, 29 de setembro de 2010




Hoje descobri...
Este é o meu lugar
Colado ouvido em teu peito
Sentindo cada batida
No ritmo de seu respirar

Este é o meu lugar...

Com os dedos entrelaçados aos teus,
Sorrindo em graça.
Agradecendo a benção do eterno de todos os dias,
do pra sempre que é hoje, agora!
Sentindo o gosto do beijo, dado com os lábios d’alma...

Meu caminhar é junto, é de dois, duplo... é o teu

Rogo a deus que não conceda-me o dia,
se a noite não for de amor sem medida ao teu lado...
que não permita-me respirar,
se isto não me mantiver em pé para correr por ti...

hoje é assim...
e o amanhã, construiremos num dueto

Desejo que ao levantar-se, lembre-se de mim e venha.
estarei esperando,
com as mãos estendidas...

não precisa imaginar
abra os olhos e veja

te ofereço a simplicidade de quem não pisca
e em vigília, prometo guardar teu repouso...
teu nome, hoje mistura-se ao meu...
e o fruto disto, correra livre pelos campos de um dia..

as cores pertencem a nós...
e pintaremos o quadro que quisermos
pois os ventos, que outrora tanto atrapalharam
hoje sopram nossas nuvens em um céu azul!

tulipa...
reconheço que enraizaste em meu espírito
e meu viver já depende do teu
nada se compara ao sabor do saber
e hoje sei, aqui é o meu lugar
Sentado ao teu lado
naquelas cadeiras de madeira
embaixo das laranjeiras que adoçam nosso futuro...


Vem?!

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Meus dedos cavalgam
Como cavalos de puro sangue, martelam a maquina como se fossem velhas trilhas indígenas, onde as mesmas quatro letras soam como uma linda melodia impossível.
Escrevo para não perder passo, mas perco...
Sempre perco
Meus dedos atiram
como metralhadoras desavergonhadas que insistem em contar algo que o mundo já não mais quer saber...ou nunca quis

É
parece que foi ontem que me despedi,
no café colorido da av. do cais
dizendo adeus entre os dentes,com os olhos molhados de sereno, apertando as mãos de pessoas que jamais tornaria a ver
recordo-me do tempo em que andava trôpego, cortando as ruas, cuspindo sentimentos, repetindo provérbios, prometendo, jurando...sangrando
recordo, mas não o suficiente para desejar outra vez

meus dedos são trem desgovernado
saindo dos trilhos, rodopiando no ar
chocando-se com os muros pichados da Luz
iludindo os meus com malabarismos literários

mais uma tarde se passou...
observo o touro cego se contorcendo na rua de pedra
recém fugido do matadouro
lutando pela vida que já lhe é impossível ser vivida
tendo em seus olhos furiosos, o detalhe cruel da queda.
doeu no meu sangue também...

meus dedos derretem
escorrendo sobre as teclas amareladas da dita cuja
desfazendo-se, desesperados em bater as ultimas palavras
não se trata de um clássico
talvez seja apenas uma lamuria....


e meus sonhos rasgam o ar...
no galope dos puros sangues,
no trilhar desgovernado do trem...
desavergonhados como balas perdidas
derretendo-se em lamurias sem fim

perco-me
porque achar-se não tem graça...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

o caos se instaurou no mundo a partir do momento que qualquer idiota pôde comprar um carro...

sexta-feira, 17 de setembro de 2010















Ter uma guria que lhe presenteia com Herbie Hancock é uma dádiva divina!!

admito...sou abençoado!



sonzera fudida!!!!!

hasta!

quinta-feira, 16 de setembro de 2010




O Imigrante





Eis que um dia acordou ouriçado
E os dias de aldeia não serviam-lhe mais.
o ar puro do campo, não era de todo suficiente para alimentar os pulmões,
e as batatas colhidas, não saciavam-lhe a fome
Fome de mundo,
de colher cada novidade nos calos rudes das mãos...

Acordou neste dia para nunca mais dormir em solo natal
me pergunto se chorou...ou agoniou-se, se sentiu falta das coisas que estava a deixar em um mar de distancia. Provavelmente não...não era homem de arrependimentos...pelo menos não aparentava ser. Ao acordar, já não era mais bicho dali. Sua nacionalidade havia sido perdida em meio ao sono e ao abrir de seus olhos era um ser sem pátria, tomado pelo anseio de navegar ao novo...

este sonho contaminou outros sonhadores,
todos pareciam estar compromissados com o desconhecido, de certo o bicho que mordeu um, mordeu outro e nos olhos de todos brilhava o mesmo sonho rustico, de ter o mundo aparado nos braços firmes, rasgando a foice cega, as maledicências que os esperavam no lado de lá...se é que havia um lado de lá...ninguem sabia

muito não demorou...
o sol mal inaugurava o dia, e já podiam ser avistadas as enormes filas rumo ao cais,
longas e ressabiadas serpentes arrastando-se na mesma senda.

E assim estendeu-se a manhã...

Não demandava esforço, bastava mirar no semblante do monstro coletivo e notava-se: eram homens envelhecidos, de mandíbulas rígidas e olhos fundos, que um após outro formavam um mar de criaturas grosseiras, queimadas pelo inverno, curtidas ao sol de outros verões. Não era uma boa visão e isto não ha como negar, mas pergunto-lhes, neste período, quais não partilhavam do mesmo semblante escurecido?         
Diante da fome, todos tinham a mesma face, a mesma dor. Os estômagos vazios sugavam-lhes os nutrientes da pele, que em pouco tempo, tornavam-se capas de couro morto que forravam os rostos e os corpos destes futuros estrangeiros.
Mas apesar disto, era impossível duvidar da decência de seus sonhos... quem deseja prosperar a trabalho deve ser respeitado até a lapide e mesmo em devaneios, deve ter seu nome honrado...e eu jamais cometeria o erro de não o fazer, por isso descrevo com cuidado esta historia que ouvi a alguns anos que perdi na conta e com respeito hei algum dia de termina-la...




                           








                            

"Partir é quase morrer.
                        Pode ser pra nunca mais:
                        Dentro do peito a bater
                        Um sino toca a sinais.




                        Ir no vapor, embarcar…
                        Custa pouco, vai depressa;
                        Mas a saudade é um Mar,
                                 E esse nunca se atravessa!..."
(Jaime Cortesão)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

esperança...

Francisco,
Meu guri
Que entre nós vira

Alimente a vida
Que ainda resta em meu coração.
Mostra-me, que a esperança que carrego não é nula
e que apesar dos dias, devo seguir...

Francisco,
sei que mesmo não estando aqui,
você ora por mim,
sentadinho em alguma nuvem de algodão
balançando seus cachos,
movimentando seu corpo
olhando atenciosamente,
com os mesmos olhos limpos e honestos de sua mãe

Chico,
Meu menino,
Abra os braços e sorria
Pois este mundo também é teu
E sei que dele tu fará
Um lugar melhor pra nos três

Francisco...
Meu guri...











importante começar assim...




a importancia do meu futuro esmaga o meu passado
e renovado planejo um novo amanhecer